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Ilustração com dois livros empilhados do lado direito, um de encadernação rosa e outro, azul. Do livro de cima sai um fio, ligado a uma lâmpada amarela

Geração de conhecimento

A Fundação José Luiz Egydio Setúbal foi criada com a certeza de que saúde infantil vai muito além da ausência de doenças. Também inclui, como aliás preconiza a OMS, bem-estar físico, mental e social. Nossas pesquisas tentam cobrir esse leque multidimensional por meio tanto de trabalhos próprios quanto de parcerias com outras instituições, abrangendo áreas diversas – da filantropia à cardiopediatria, da segurança pública às doenças cardiorrespiratórias, do desperdício de alimentos à Covid-19.

Nossos primeiros passos nessa área começaram há dez anos, com a fundação do Centro de Pesquisa do Instituto PENSI. Daí surgiram trabalhos da maior relevância, como o que ampliou a abrangência do teste do pezinho para recém-nascidos. Ainda era, porém, uma visão de saúde ligada principalmente à assistência médica. Mais recentemente abrimos o foco, apoiando estudos de parceiros nas áreas sociais e instituindo, em 2020, nosso Núcleo de Pesquisa em Filantropia, que se debruça sobre grande volume de dados para aprimorar análises nesse campo.

Textos

129

publicações e/ou apresentações em congressos, nascidas de projetos do Instituto PENSI

Lupa

6

linhas de estudo no Centro de Pesquisa em Filantropia

Pesquisa

Pesquisas em filantropia

FJLES

Ajudando a ajudar

Nosso Núcleo de Pesquisa em Filantropia, formado por 21 pessoas, tem avançado na compreensão de aspectos da cultura de doação no Brasil e em soluções específicas para a ação filantrópica de alguns parceiros. Em 2022, contribuímos com a organização Gerando Falcões (monitoramento, mensuração e pesquisa de doações individuais), a B3 Social (referências para tomar decisão em temas de educação e desigualdades) e com a equipe do Dia de Doar (desenvolvimento de ferramenta para registro de doações, apoio no uso e na análise de resultados).

Perfil da equipe do Núcleo de Pesquisa em Filantropia
Graduandos 3
Mestres/mestrandos 4
Doutorandos 6
Doutores 8
Feminino
14

Mulheres

Masculino
7

Homens

Crise das santas casas: dá pra fazer melhor

Quase dois terços dos hospitais do Brasil são de pequeno porte. A importância deles, sobretudo para o SUS, é proporcional às dificuldades que encontram. Um estudo sobre as mudanças por que passou a Santa Casa de Ouro Fino (MG), feito pela FJLES, mostrou que mesmo diante do difícil cenário do setor é possível avançar. O livro detalha como foi o processo de mudança e indica quais lições outros hospitais podem tirar – principalmente os filantrópicos, como as santas casas.

Capa de livro com fundo claro, azulado. Ocupando a maior parte da capa, há um desenho com traço imitando os de um lápis. É o desenho de uma fachada antiga, como a de um hospital, com folhas de palmeira na parte direita da fachada. Na parte de baixo, ocupando cerca de 1 terço da página, há o título azul-escuro, em letras grandes: Santa Casa de Ouro Fino. Em letras menores e azul mais claro está o subtítulo: Um estudo de caso. Logo abaixo, em preto, o nome dos dois autores: José Luiz Egydio Setúbal e Marcos Kisil. Ao pé da página, os logotipos do hospital Sabará, do Instituto PENSI e da FJLES.

Doações: o “empurrãozinho” que faltava

Capa do artigo publicado na revista Sinapse. Trata-se de uma página dividida em dois grandes blocos verticais. O da esquerda tem fundo azul escuro e, na parte de cima, figuras em forma de U: são quatro Us com linhas arroxeadas, em ordem crescente de tamanho – como se um “u” estivesse dentro do outro. No centro do bloco azul-escuro há, em grandes letras brancas, a identificação da publicação: Notas Técnicas. Logo abaixo, os dizeres: São Paulo, 2022, Número 9. Na parte de baixo desse bloco há o logotipo do Gife. O outro bloco tem fundo em azul bem claro e o título, em letras avermelhadas: Nudges em campanhas de captação de recursos no terceiro setor.]

Tem sido cada vez mais comum no terceiro setor recorrer à prática de nudges (incentivos): introduzir pequenas mudanças em campanhas para estimular psicologicamente as doações. Mas isso funciona mesmo? Que cuidados devem ser tomados? Tais questões são discutidas por dois pesquisadores da FJLES num artigo publicado na revista Sinapse, do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife).

Pesquisas em parceria

Pesquisas em parceria

FJLES

A capital do excesso de peso

Esqueça os estereótipos: não é do Norte nem do Nordeste, mas do Sul a capital estadual onde há menor percentual de crianças e adolescentes dentro do peso. Em Curitiba, 42% das pessoas de até 19 anos têm Índice de Massa Corporal (IMC) adequado para a idade. É a única capital onde o resultado fica abaixo de 50%. O problema principal lá é que 54% dos moradores dessa faixa etária sofrem com excesso de peso. Esses e muitos outros dados podem ser extraídos do Panorama da Obesidade em Crianças e Adolescentes. A ferramenta online, desenvolvida pelo Instituto Desiderata com apoio da FJLES, capta informações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde. O usuário pode visualizar números sobre estado nutricional e consumo alimentar de crianças e adolescentes de todos os estados e municípios brasileiros, com possibilidade de filtro por faixa etária, sexo e raça/cor.

As 5 capitais com menor percentual de pessoas com peso adequado (segundo IMC, 2021)
Capital Desnutrição Peso adequado Excesso de peso
Curitiba 4 42 54
Fortaleza 3 53 44
Recife 5 54 41
João Pessoa 7 57 36
São Paulo 3 58 39

Fonte: Sisvan, via Desiderata

Crimes contra crianças e adolescentes: sinal de alerta

Estupro, maus-tratos, lesão corporal em razão de violência doméstica, exploração sexual, abandono de incapaz. O registro de cinco dos sete tipos de crimes violentos contra crianças e adolescentes aumentou de 2020 para 2021, segundo dados coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Há anos a organização sistematiza e divulga informações obtidas junto a fontes oficiais de segurança pública. Desde 2021, com apoio da FJLES e do Instituto Galo da Manhã, seu Anuário Brasileiro de Segurança Pública inclui uma seção especial sobre violência entre crianças e adolescentes.

Crimes contra pessoas de 0 a 17 anos (Taxa por 100 mil habitantes nessa faixa etária, Brasil)
Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Tipo de crime 2020 2021
Estupro 94,6 96,8
Maus-tratos 29,8 36,1
Lesão corporal 34,2 34,9
Abandono de incapaz 13,4 14,9
Exploração sexual 1,3 1,4
Pornografia infantojuvenil 3,4 3,4
Abandono material 1,6 1,5

Combate à violência: liderança comunitária é essencial

Algumas das melhores iniciativas de combate e prevenção à violência contra crianças e adolescentes inserem a comunidade no processo de tomada de decisões. Essa é uma das conclusões do estudo “Práticas Inovadoras de Prevenção e Enfrentamento da Violência Contra Crianças e Adolescentes no Brasil”, produzido pela organização Serenas e cofinanciado pela FJLES. O trabalho é resultado de uma parceria da Fundação com a Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes, grupo de 46 entidades da sociedade civil.

Mosaico de fotos de encontros, reuniões, lives e audiências envolvendo representantes da Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes.

Desperdício: Brasil perde 35% da produção de alimentos

Um relatório da FAO apontou que mais de um terço da produção agropecuária brasileira é desperdiçada. A FJLES, em parceria com o Instituto BRF, debruçou-se sobre o tema, revisando a literatura especializada. Ficou claro que o assunto envolve mais do que questões sociais e econômicas – envolve também fatores culturais e institucionais. A parceria resultou em dois relatórios: Perdas e desperdícios de alimentos: causas principais e O âmbito institucional do combate ao desperdício de alimentos no Brasil.

Capa do relatório de pesquisa. Ela tem fundo vermelho e, ao centro, o desenho de uma mulher de cabelo preto, curto, com camiseta regata vermelha, calça preta e sapatos vermelhos. Ela caminha de perfil, tendo aos ombros uma sacola com o símbolo da reciclagem. Ao redor dela há vários ícones (caminhão, sacola, bolsa, potes, garrafa...). Na parte de cima da capa, em letras brancas, está o título do relatório: Perdas e desperdícios de alimentos: causas principais.
Capa do outro relatório, com os mesmos tons da capa anterior. Ao centro, há uma mulher sentada sobre uma pilha de grandes livros. Ela usa óculos e está lendo um livro de capa preta. Ao redor dela há vários ícones: sacola, pote, símbolo de reciclagem, casca de banana, caminhão, legumes... Na parte de cima da capa, em letras brancas, está o título do relatório: O âmbito institucional do combate ao desperdício de alimentos no Brasil.

Por uma economia verde e justa

A FJLES juntou-se ao Hub de Bioeconomia Amazônica, que estimula na região um desenvolvimento baseado nos bens e serviços ambientais a partir dos conhecimentos tradicionais dos povos da floresta. O grupo conecta investidores, setor público e redes atuantes na Amazônia.

Pesquisa

Pesquisas aplicadas em saúde

PENSI

Dez anos, mais de 100 publicações

O Centro de Pesquisa do Instituto PENSI completou sua primeira década em 2022. Nesse período, 73 projetos geraram 129 publicações e/ou apresentações em congressos; foram conduzidos 35 estudos patrocinados e respondidos 130 estudos de viabilidade.

A unidade atua em oito áreas: imunizações; autismo; nutrologia e metabolismo; doenças respiratórias e alérgicas; neurodesenvolvimento e primeira infância; UTI e cardiopediatria; doenças raras e genéticas; e geoprocessamento (inteligência artificial e big data). Participa de 15 projetos em rede com instituições brasileiras e estrangeiras para compilar dados sobre o tratamento de doenças e disponibilizá-los à comunidade científica.

Atuação do Centro de Pesquisa
Desde 2002 Em 2022
Projetos submetidos 330 17
Estudos patrocinados 35 10
Estudos de viabilidade 130 28
Publicações 129 20
Sala de reunião, com uma grande mesa clara e, ao redor dela, 12 pessoas sentadas em cadeiras. Elas estão participando de uma telechamada: olham em direção a uma grande televisão fixada à parede. Na tela, aparece o rosto de pessoas que estão participando da reunião à distância.

Dez anos, mais de mil pareceres

Criado em 2012, o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) analisa projetos de estudiosos do Sabará e de outras instituições. Em seus dez anos, acumula 1,4 mil pareceres feitos, 294 projetos avaliados e 116 reuniões. Em 2022, foram 97 pareceres e 25 avaliações de projetos.

R$ 80 mil para boas pesquisas

Em sua quarta edição, o Prêmio de Pesquisa em Saúde Infantil, do Instituto PENSI, destacou 12 trabalhos, divididos em quatro categorias. Para cada um deles, houve entrega de certificado e pagamento para o primeiro lugar (R$ 10 mil), segundo (R$ 7 mil) e terceiro (R$ 3 mil). Entre as iniciativas vencedoras estiveram uma sobre cuidados em fim de vida em UTIs pediátricas (categoria Bioética) e uma sobre preditores de mortalidade em crianças e adolescentes internados por Covid-19 (categoria Pesquisa em Covid-19). Ao todo, o prêmio recebeu 55 inscrições, de nove unidades da Federação.

Três troféus do prêmio. Eles têm uma base escura e, sobre ela, uma estrutura vertical transparente, com o logotipo do Instituto PENSI e, abaixo dele, a frase: 4º Prêmio Pesquisa em Saúde Infantil do Instituto PENSI.
Uma premiada e uma representante do PENSI posam para foto.

Acolhimento e neurodesenvolvimento

Crianças que não vivem com suas famílias biológicas desenvolvem-se de forma diferente na primeira infância, do ponto de vista neurológico? Essa é uma das questões a serem investigadas pelo projeto Impactos de Intervenções sobre a Institucionalização Precoce (Ei-3), feito pelo Centro de Pesquisa do Instituto PENSI em parceria com três instituições norte-americanas (Universidade de Maryland, Universidade de Tulane e Hospital Infantil de Boston), com a Associação Beneficente Santa Fé e o Instituto Fazendo História.

A etapa piloto começou em 2022, com recrutamento de nove participantes. As crianças serão divididas em três grupos: em acolhimento institucional aprimorado, em acolhimento familiar aprimorado e as que vivem com suas famílias biológicas.

Grupo de pessoas posa para a foto, próximas a uma parede. Elas estão divididas em três grupos paralelos. São homens e mulheres, vestidos formalmente (a maioria com camisas de manga, alguns com blazer)